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OS MIL LADOS DE BUDAPESTE

Vista de BudapestePoderia ser Pestebuda. Descobri no hotel, quando a recepcionista nos mostrou o mapa e disse: “Essa é Buda, esta é Peste” e apontou para as partes separadas pelo rio Danúbio. Budapeste é a união dos dois lados, aliás, uniram também com uma terceira cidade chamada Obuda. Portanto, se a ordem dos fatores não altera o produto, porque não usaram o Peste primeiro? E onde foi parar o "O" de Obuda? Nem ousei perguntar e se perguntasse ela poderia me olhar com uma cara de Chicó e dizer: "Num sei, só sei que foi assim".


Viemos da Bratilsava, no trem 175 JESZENSZKY JÁNOS (saída 19:54 da estação "Bratislava Hlavna Stanica" e chegada na principal estação “Budapest-Keleti” às 22:32). Pagamos só 14 Euros. Ficamos no Atlas City Hotel a uns 15 minutos
da estação. Excelente preço, com café da manhã e ótimos quartos com ar condicionado. Lembro que apesar de fazer parte da União Européia, a Hungria não usa o Euro. A moeda é o Forint (simbolizada por Ft ou HUF). Veja a cotação aqui. Eles falam o Magyar que é parecido com o... Finlandês!

Voltemos à cidade. Budapeste é a capital e maior cidade da Hungria. Ela tem 2 milhões de habitantes (são os magyares ou húngaros, como nos são conhecidos) e um em cada cinco cidadãos vive nela. Primeiro: esqueça Obuda.rolex replica watches Agora o que interessa são "Peste" e "Buda"... O lado Peste concentra a área comercial da cidade com cafés e prédios governamentais, como o Parlamento. É o lado "ocidentalizado", moderno. O lado Buda é conhecido por abrigar o principal ponto turístico da cidade "O castelo de Budapeste" e por ser uma região residencial e histórica. A arquitetura é marcante e a cidade é muito iluminada inclusive alguns também a chamam de Paris do Leste, assim como Praga.

O que mais me encantou em Budapeste foram os violinos. Seu "choro"está em todo lugar. Tive a impressão de que todo mundo da cidade sabia tocar o instrumento. Li em uma matéria da Folha de São Paulo que o violino é uma tradição húngara trazida pelos povos ciganos.

Ficamos quatro dias na capital e fizemos quase tudo andando. O transporte parece ser eficiente (ônibus, bondinhos e Metrô o levam pra qualquer lugar da cidade), entretanto Budapeste nos convida a caminhar e admirar:

Vörösmarty Tér (Praça Vörösmarty)
É a praça mais central, no lado Peste. No centro fica um monumento com estátuas de várias pessoas e um homem sentado em uma cadeira. Hoje descobri que se trata do poeta húngaro Mihály Vörösmarty conhecido pelos seus versos patrióticos. Explore as ruas adjacentes que são unicamente para pedestres. Ah! Lá estão os cafés e lanchonetes mais movimentados da cidade. Tomei um sorvetinho de banana na banca que fica na praça. É divino! Aproveite para andar pela Vaci Utca, uma avenida famosa pelas lojas chiques e que começa na praça Vörösmarty. Eu gostei da arquitetura, cafés e das lojas de livros.

Basilica de Santo Estevao BudapesteSzent Instván Bazilika (Basílica de Santo Estevão)
Também fica no lado Peste. É a principal igreja da cidade e seu nome é uma homenagem ao primeiro rei cristão da Hungria. Sua estrutura reflete vários estilos, pois os arquitetos se alternavam durante a construção e todos queriam colocar seu toque a catedral. O interior é luxuoso, toda dourada, feita com 50 tipos de mármore. A mão de Santo Estevão pode ser vista na capela Sagrada, nos fundos da igreja. Fica dentro de uma caixinha, mas os visitantes devem colocar uma moedinha para que a luz se acenda e a mão possa ser vista. Eu não coloquei. Teria pesadelos de noite, rs.
Documentos importantes foram guardados na Basílica durante a Segunda Guerra, pois o local era considerado forte suficiente em caso de bombas lançadas sobre a cidade. Durante o verão são apresentados concertos de órgão e corais.

Parlamento de BudapesteOrszágház (Casa do Parlamento)
Olha o Francisco José de novo aí, geeente! Ele mesmo, marido da bela Sissi, de quem falei no post da Áustria. É que a Hungria fazia parte do Império Austro-húngaro (claro, por isso é húngaro, Thatiana). Em 1867 a Hungria recebeu o direito de fazer sua própria constiuição, portanto nada mais justo que um prédio para o Parlamento. Foi então que o imperador Francisco José começou um ousado projeto inspirado no Parlamento de Londres. O Országház fica às margens do Danúbio, no lado Peste. Observe os horários de visita e compra de tickets. omega replica Quando chegamos todos os ingressos já tinham sido vendidos e pior, vendidos para cambistas que estavam revendendo em frente à entrada dizendo que eram de uma empresa que organizava "visitas ao parlamento em várias línguas". Vê se pode...
Em frente ao parlamento existe um monumento curioso. É uma bandeira da Hungria com um buraco no meio. É na verdade um símbolo da resistência ao comunismo. Manifestantes arrancaram a insígnia soviética do centro em um levante que levou mais de 200 mil pessoas para o centro de Budapeste em 1956. Uma semana depois, o exército vermelho preparou um ataque à cidade. Foram executados 2500 cidadãos, inclusive o Primeiro Ministro Imre Nagy.

Monumento Estadio PuskasPuskás Ferenc-stadion (Estádio Puskas)
Fica no lado Peste também, mas um pouco afastado do centro.
O nome é alusivo ao jogador Ferenc Puskás Biró, o maior futebolista da Hungria e um dos melhores do século 20 (eu, na minha vasta sabedoria futebolística nem sabia de quem se tratava). Puskas estava na seleção apelidada de "os mágicos magyares" da primeira metade dos anos 50. Eles ganharam muitos torneios e foram vice-campeões da Copa do Mundo de 54. Nossa entrada no estádio foi uma aventura. Entramos por um portão que estava aberto ao léu e saímos batendo fotos lá dentro. Depois voltamos e tentamos entrar pela porta principal, mas algumas pessoas que estavam na recepção disseram que não era permitido. Sorte nossa que entramos antes, rs. Em frente foi feito um monumento em homenagem ao jogador (foto).

Városliget (Parque da Cidade)
Foi construído em homenagem aos 1000 anos da Hungria. É o maior parque de Budapeste e um complexo com vários pontos interessantes.
Visite o Castelo Vajdahunyad (Vajdahunyad Vára) finalizado em 1896 para a comemoração do milênio. A entrada do castelo lembra a dos palácios medievais. Nele funciona o Museu de Agricultura.
Várias esculturas estão espalhadas pelo Parque da Cidade, inclusive uma estátua de George Washington. Detalhe: ela foi feita durante a Guerra Fria. "Ãh??". A mais interessante e visitada é a imagem de um monge que parece a figura da morte. Nela está escrito "Anomymvs". Significa Anônimo - esse é o nome da personagem do monumento, já que niguém sabe quem foi, mas alguns dizem que se trata de um monge que viveu no século 12 e foi autor do primeiro livro da história da Hungria. Todo mundo tocou o lápis que ele segurava (eu "copiei" e toquei também!). Acredita-se que isso traz boa sorte nos estudos. Hum, será que tento vestibular de novo?!?

Anomymvs e Praça dos Herois Budapeste
No monumento "Anomymvs" e uma vista geral da Praça dos Heróis

Hősök Tere (Praça dos Heróis)
É a entrada principal do Parque da Cidade. Nós, no entanto, entramos pelo lado do Estádio Puskas. Na Praça dos Heróis estão estátuas de homens famosos da história do país como do rei Estevão I (Santo Estevão) que trouxe o Cristianismo para a Hungria.

Sapatos no Danubio BudapesteSapatos no Danúbio
Inaugurado em 2005, o memorial (foto) recorda os judeus vítimas do Movimento Facista Húngaro. Eles foram assassinados na beira do rio Danúbio e os sapatos de ferro representam que ali ficaram abandonados. Fiquei olhando sem saber o que representava. Não há nenhuma placa. Notei algumas velas queimadas deixadas sobre os sapatos.

Széchenyi lánchíd (Ponte das Correntes)
Feita no século 19, foi a primeira ponte de Budapeste. Seu nome é uma homenagem ao homem que teve a iniciativa de construí-la. Foi um dos marcos do renascimento econômico da cidade, pois uniu as duas partes: Buda e Peste, ainda provincianas e lhes deu a oportunidade de crescerem economicamente juntas. Se tornou um símbolo da liberdade em 1989 quando centenas de pessoas comemoraram a independência do país sobre ela.

Banhos públicos
Os banhos termais remontam à época da colonização romana. Não fomos às casas de banho e não sei quais indicar. Pesquisei e vi que ao que parece a principal delas é a Termální lázně Széchenyi. Visite este site aqui e saiba mais.

Budai Vár (Castelo de Buda)
Está a 48 metros acima do Rio Danúbio. Aqui Budapeste foi fundada como uma pequena vila. O castelo começou a ser construído pelos Mongóis que invadiram a Hungria no século 13. O Rei Bélla (guardeesse nome, pois ainda vai ouvir falar muito nele em Budapeste) foi quem construiu as paredes em volta da pequena vila chamada de Buda. Com o passar dos séculos foram construídos vários prédios e o castelo se tornou um complexo com 203 salas que se dividem em Museus e Galerias. Nós visitamos a Galeria Nacional. As coleções permanetes são de esculturas e pinturas medievais e renacentistas - motivos religiosos em sua maioria. Gostei de uma exposição temporária que mostrava ovos e biscoitos decorados, tradicionais da Hungria.

ponte das correntes e Castelo de Budapeste Buda
Ponte das correntes e Castelo de Buda

Mátyás Templom (Igreja de Matias)
É também conhecida como Igreja de Nossa Senhora. Ela fica pertinho do castelo de Budapeste. Foi construída no século 13 e foi a primeira paróquia da cidade. O Rei Matias, que deu nome à Igreja, reinou durante a transição feudal e foi responsável por reconstruir o país. Seu escudo está exposto em uma das torres. Suas cores e decoração são diferentes devido ao fato de ter sido convertida em mesquita durante a dominação turca. Com o fim do império turco a Igreja foi renovada várias vezes, mas somente no século 19 um arquiteto chamado Frigyes Schuledk decidiu reconstrui-la refazendo-a como era originalmente no século 13. Ele também criou o "telhado colorido com formas de diamante" e as gárgulas. Na igreja foram colocadas placas com algumas informações que ajudam o turista a entender sua história.

Bastilha dos pescadoresHalászbástya (Bastilha dos pescadores) - foto
Fica um pouco abaixo do Castelo. Foi feita em 1905 como uma proposta decorativa que deu certo. Achei um dos lugares mais lindos da cidade. Parece um castelo encantado. Tem-se uma linda vista de Budapeste.

Gellért Hegy (Colina de Géllert)
O nome é uma homenagem ao Bispo Geraldo que ajudou o rei Estevão a cristianizar o país. A lenda diz que ele foi amarrado por húngaros pagãos e arremessado da colina. Para subir atravesse a ponte Elizabeth para o lado Buda e encontre as escadas que começam abaixo do Monumento Gellért (foto). Se preferir pode subir de carro ou de ônibus (vi em um site que o número do ônibus é 27). Se puder vá andando, a vista era cada vez melhor enquanto subíamos.

Citadel (Cidadela)
Fica no alto da Colina de Géllert. "A Cidadela" foi o abrigo de quartéis feitos ainda no império austro-húngaro e novamente usados na Segunda Guerra Mundial. Atualmente funciona ali um Hotel.
Monumento de libertação Budapeste

Szabadság Szobor (Monumento de libertação)
É um dos mais bonitos monumentos da cidade e também fica no topo da Colina de Géllert. Foi erguido em 1947 em homenagem aos soldados soviéticos que livraram a cidade do domínio Nazista. Abaixo da coluna principal fica uma estátua de um soldado vermelho e nomes de militares soviéticos que morreram durante as batalhas de libertação.

Budavári Labirintus (Labirinto de Buda)
Uma jornada ao centro de Budapeste. Embaixo da terra, a capital húngara é cortada por mais de 200 cavernas, algumas interlaçadas umas nas outras formando uma cidade subterrânea. Elas começaram de forma natural; feitas pela ação das águas termais, entretanto outras foram criadas pelo homem que utilizou as cavernas como abrigo durante as guerras.
Fomos ao labirinto onde a entrada é próxima ao castelo de Buda. Recebemos uma lamparina antes de entrar. É escura e gelada. Dá pra escutar as gotinhas caindo do teto que nem filme. Meeedo.
Também visitamos o Pantheon do labirinto. É um museu onde os criadores brincaram com o tempo: na entrada eles nos fazem compreender indiretamente que estamos no futuro e que vamos ver coisas e Deuses criados pelos humanos do agora. Chamam computadores, telefones, capacetes, secadores de cabelo, etc. de "objetos estranhos que foram pensados como Deuses para a sociedade daquela época". Só vendo pra entender...

Labirinto de Budapeste e hospital nas rochas militar Budapeste
Em frente ao "Hospital nas Rochas" e ao lado no labirinto de Budapeste

Sziklakórhaz (Hospital nas rochas)
O hospital foi construído nos labirintos de Budapeste durante a Segunda Guerra. Depois o local foi utilizado como abrigo durante a Guerra Fria. A visita é realizada com um guia que conta toda a história do local. Um dos momentos mais importantes que envolveu o "Hospital nas Rochas" foi quando em 1956, em um ataque soviético, 2500 cidadãos húngaros foram assassinados e os feridos levados ao hospital que extrapolou sua capacidade. Mas, não só de perdas viveu o hospital. Durante esse tempestuoso período oito crianças nasceram. Depois da guerra fria as instalações ficaram obsoletas por causa do desenvolvimento de tecnologia militar. Desde 2007, o local é um museu batizado com o nome "Hospital nas rochas: Hospital de emergências secretas e abrigo nuclear". Ele fica bem pertinho do Castelo de Budapeste.

Memento Parque estatuas BudapesteSzobor Park (Parque das memórias)
"Budapeste tem até cemitério sem mortos". O Szobor Park é um cemitério de estátuas do regime comunista. Centenas delas ornavam a cidade, mas ficaram sem utilidade depois da queda dos soviéticos. O que fazer? Juntá-las todas em um só lugar e cobrar entrada, ué. É uma visita rápida, mas vale a pena.
Eu poderia fazer como os baianos e dizer: "Vá não, é longe..." Mas vou ensinar como chegar, rs. Primeiro você precisa chegar a um lugar chamado Fehervari ut, porque é desse local que sai o ônibus para o parque. Claro que isso vai depender de onde você está. Nós pegamos o trem número 4 e descemos na estação final também chamada Fehervari ut. Em frente à estação existe um Shopping chamado Allee Shopping Mall, vá para o ponto de ônibus que fica em frente (não me lembro se o sentido do ônibus era contrário ou do mesmo lado do shopping, confirme!). Pegue o ônibus 150 que vai para Campona. O ticket custa 300 HUF (compre tickets combinados de trem e ônibus, mas caso precise comprar qualquer um dos dois entre no shopping e pergunte onde comprar. Eles vão indicar uma banca de jornais no primeiro piso). A jornada leva 25 minutos até o parque.

Nota-se que a capital magyar não é nada monótona, certo? Coisa pra ver é o que não falta. Explore Buda, Peste, o leste, o oeste... Desvende os mil lados de Budapeste!

Have fun :D

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* Fontes: http://viagem.uol.com.br/guia/cidade/budapeste_index.jhtm
http://www.aviewoncities.com/budapest/budapestattractions.htm

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